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Comparação entre os dois métodos de verificação de punçoamento que existem no CYPECAD

A partir da versão 2015, foi incorporada a verificação do estado limite último de punçoamento segundo critérios normativos. Apesar disso, manteve-se o anterior método de verificação de “tensões tangenciais” pontuais, um método mais preciso, que realiza o dimensionamento da armadura transversal de reforço vertical, se for necessária.

  • Método de tensões tangenciais pontuais (punçoamento anterior à versão 2015): Realiza-se uma verificação de tensões tangenciais em superfícies concêntricas ao perímetro do elemento de suporte (pilar, parede, muro ou viga), situadas a uma distância de meia altura útil (d/2) e em superfícies sucessivas a cada 0,75 vezes a altura útil (0,75d). O valor das tensões tangenciais, nos pontos do perímetro de punçoamento, obtém-se a partir dos esforços transversos nos pontos próximos da malha discretizada (25x25cm em lajes maciças e 1/3 da largura entre nervuras em lajes fungiformes aligeiradas) através de interpolação linear. Esta tensão compara-se com a tensão tangencial máxima resistente de punçoamento, calculada segundo a norma de betão correspondente.

    As considerações anteriores, baseadas em verificações de tensões tangenciais pontuais nas superfícies anteriormente citadas, diferem da verificação de rotura face ao punçoamento disponibilizada pelas várias normas de betão, que são normalmente mais simplificadas na consideração dos esforços que a laje transmite ao elemento de suporte.
  • Punçoamento segundo critérios normativos: Em geral, as normas utilizam uma tensão tangencial nominal numa superfície crítica concêntrica à zona carregada, calculada tendo em conta a reação e a posição do elemento de suporte e, ocasionalmente, os momentos transferidos por este à laje.


O resultado final obtido através dos dois procedimentos pode não coincidir.

A armadura de reforço calculada pelo programa em função das tensões tangenciais pontuais pode servir como referência para introduzir reforços de punçoamento (armaduras inclinadas a 45º ou armaduras em estribo) se se decidir adotar uma verificação de punçoamento segundo critérios normativos. Neste caso, as armaduras de reforço por tensões tangenciais devem ser eliminadas manualmente ou através do comando “Eliminar armadura colocada por tensões tangenciais” para evitar a duplicação nos desenhos e na medição.

Nota: Os dois métodos coexistem e são independentes um do outro. Os resultados obtidos através dos dois procedimentos poderão não coincidir, o que este documento comparativo justifica.

Ponto a compararVerificação das tensões tangenciais pontuaisPunçoamento segundo critérios normativos
Base do métodoElástico.Plástico.
Versão de implementaçãoTodas as versões.2015 e superiores.
Descrição do métodoA partir da primeira secção de verificação ao punçoamento (0,5d) e em superfícies paralelas a uma distância de 0,75d, realiza-se a verificação das tensões tangenciais em toda a superfície da laje, até todas as superfícies se encontrarem radiadas a partir dos bordos de apoio. Se for necessária armadura, indica-se o número e o diâmetro dos reforços a colocar (ramos verticais) com a mesma tipologia que o indicado para o punçoamento.
Da mesma forma, se não cumprir, surge uma linha a vermelho que indica que se ultrapassou o limite de tensão máxima, com a mensagem: “Insuf”. Neste caso deve-se aumentar a altura da laje, o tamanho do apoio ou a resistência do betão.
O tratamento das lajes de fundação é idêntico às lajes maciças normais quanto ao dimensionamento das armaduras.
De forma geral, as normas utilizam uma tensão tangencial nominal, atuando sobre uma superfície crítica concêntrica à zona carregada. Calcula-se tendo em conta a reação que a laje transmite ao pilar, normalmente o esforço axial majorado em função da sua posição (interior, bordo ou canto), e em algumas normas com os momentos transmitidos.
Onde obter informação adicional sobre o métodoManual “CYPECAD – Memória de cálculo” disponibilizado em formato PDF a partir do comando Ajuda do programa. Na norma selecionada.
DimensionamentoSe for necessário dimensiona a armadura de reforço automaticamente durante o cálculo.Não dimensiona a armadura de reforço automaticamente durante o cálculo (o utilizador poderá faze-lo após o cálculo), realiza apenas a verificação supondo que não existe armadura de reforço.
VerificaçãoA armadura de reforço gerada pelo programa cumpre sempre. O programa não verifica se as armaduras modificadas pelo utilizador cumprem. Se a espessura da laje mais os reforços colocados não forem suficientes devido a problemas de punçoamento o programa indica com uma linha a vermelho na zona e com a indicação “Secç. insuf.”.O utilizador deve reforçar as zonas indicadas e usar depois o programa para a sua verificação. Ao introduzir armadura de reforço, verifica-se se cumpre ou não.
Comando para a verificaçãoMenu “Resultados” > “L.maciças/Fungif.” > “Vistas” > “Armadura por tensões tangenciais”Menu > “L.maciças/Fungif.” > “Punçoamento”
Identificação das mensagens de erro após o cálculo. Relatório final de cálculo– a) Secções com reforço por punçoamento ou transverso.
– b) Secções insuficientes por punçoamento ou transverso.
– a) Os pilares “P1, P2, P3 e P4” não cumprem alguma verificação de punçoamento.
Interpretação das mensagens do relatório final de cálculo– a) O programa gerou os reforços necessários.
– b) A espessura da laje não é suficiente e há rotura ao punçoamento.
– a) Sem ou com a armadura de reforço ao punçoamento introduzida pelo utilizador, contabilizando ou não a armadura transversal das vigas que chegam definida com o comando editar do menu de punçoamento, o programa verifica ao punçoamento apresentando uma listagem justificativa.
Comando para ver os resultadosMenu “Resultados” > “L.maciças/Fungif.” > “Vistas” > Activar/ Desactivar > “Armadura por tensões tangenciais”Menu “Resultados” > “L.maciças/Fungif.” > “Punçoamento” > “Verificações”
Como modificar as armadurasNo menu “Resultados” > “L.maciças/Fungif.” > “Modificar armaduras” > “Armadura por tensões tangenciais”, existem várias opções.
Também pode ser usado o comando “Eliminar armadura colocada por tensões tangenciais” do menu “Punçoamento” do método B.
No menu “Resultados” > “L.maciças/Fungif.” > “Punçoamento”, existem várias opções.
Desenhos da armaduraDesenhos do tipo “Plantas” > “Planta de elementos estruturais”. Desenhos configuráveis.Desenhos do tipo “Reforços de Punçoamento”. Desenhos configuráveis.
ListagemNão existe, dada a sua complexidade. Deve-se justificar com os isovalores dos esforços de dimensionamento ao transverso total.Listagem “Verificações de punçoamento”.
Vantagens– Para quase qualquer tipo de geometria em planta.
– Verifica as tensões em nervuras de lajes fungiformes aligeiradas.
– Gera listagens.
– Inclui 2 tipos de armaduras de reforço, armaduras inclinadas a 45º e armadura em estribo.
Desvantagens– Não verifica a armadura transversal modificada.
– Não gera listagens.
– Só dispõe de um tipo de reforço.
– Não funciona para algumas geometrias complexas, com pilares muito próximos ou com aberturas irregulares.
– Para contornos poligonais côncavos a superfície adjacente não se calcula bem.
-Não dimensiona, apenas verifica.
Elementos de suporte aplicadosPilares, paredes, muros e vigas.Apenas pilares.
Limitações conhecidasNo caso de contornos complexos, o ponto de passagem da malha pode influenciar ligeiramente os resultados.– Não é tida em conta automaticamente a armadura transversal das vigas em contacto com o pilar (Asw/s).
– Não de descontam as cargas existentes na área do perímetro de punçoamento para a verificação, ficando assim o método do lado da segurança ao considerar as reações no apoio.